Apocalipse
A palavra apocalipse (do grego αποκάλυψις, apokálypsis, significa "revelação" , formada por "apo", tirado de, e "kalumna", véu O título do livro pode sugerir "A Revelação de Jesus Cristo", sendo a ideia básica de que os eventos descritos no livro foram revelados a Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, este mostrou a seus servos, há mais de 2000 anos atrás ou mais de 20 séculos atrás, as coisas que aconteceriam, teoricamente, em breve. Por duas vezes, João relata que o conteudo do livro foi revelado através de um anjo, Neste livro da Bíblia, conta-se que antes da batalha final, os exércitos se reúnem na planície abaixo de "Har Meggido" (em hebraico: הר מגידו, transl. har məgiddô, "Monte Megido"; em grego antigo: Ἁρμαγεδών, transl. Harmagedōn; árabe: أرمجدون latim: Armagedōn)a colina de Meggido). Entretanto, a tradução foi mal-feita e Har Meggido foi erroneamente traduzido para Armagedom, fazendo os exércitos se reunirem na planície antes do Armagedom, a batalha final.
Autor
João autor do Apocalipse Sobre o autor do Apocalipse, que é explicitamente chamado “João”, ou "João seu servo (Apocalipse 1:1), não podemos dizer com certeza se se trata do apóstolo, do "presbítero" de João Marcos (autor do Evangelho Segundo Marcos) ou de um pseudônimo. Com certeza, porém, trata-se de um judeu da Palestina emigrato a Éfeso, que se apresenta como um profeta e que tem grande conhecimento do ambiente sacerdotal, das Escrituras e da liturgia e que compôs o livro do Apocalipse. É pouco provável que seja o mesmo autor do Evangelho segundo João, vista a diversidade de conteúdo, da forma e da linguagem.
João apóstolo: Trata-se do filho de Zebedeu, que no IV Evangelho é chamado “o discípulo que Jesus amava” e que colocou a cabeça sobre o peito de Jesus na noite da última ceia. A tradição presente nos primeiros escritores cristãos (Clemente de Alexandria, Orígens, Vitorino de Petau, Eusébio de Cesaréia) diz que João foi expulso e exiliado em Patmos, mas não podemos excluir a possibilidade que tenha ido para lá espontaneamente. Contudo, antes da sua morte foi para Éfeso, onde, segundo Poicates de Éfeso, foi sepultado. De acordo com a testemunhança de Tertuliano, João sobreviveu a um atentado martírio (imersão em uma banheira de óleo fervente) por ordem do imperador Domiciano. O ancião apóstolo teria resistido tanto sem ser queimado que os carrascos, convencidos que fosse um mago poderoso, o liberaram e o enviaram em exílio a Patmos, onde teria escrito o Apocalipse, Porém parece evidente que esta história tenha uma índole legendária.
A tradição que diz que João morou com Maria, entrege a ele por Jesus, deriva da frase de Jesus quando estava na cruz: “filho eis a tua mãe. Mãe, eis o teu filho” (João 19:26-27).
Data
Apocalipse foi escrito numa época que a perseguição aos cristãos era eminente. O imperador romano Nero sancionou, oficialmente, a tortura e o extermínio dos cristãos, aos quais ele culpou pelo grande Incêndio ocorrido em Roma no ano de 64 d.C, Depois de seu suicídio em 68 d.C., cresceu o culto ao imperador, que alcançou seu ápice no reinado de Domiciano (81 – 96 d.C,) Durante essa época, a perseguição aos cristãos tornou-se ainda mais intensa. Tradicionalmente, a Igreja Primitiva considera o final do reinado de Domiciano (90 – 96 d.C.) como data provável de redação do Livro do Apocalipse. Augusto, que sucedeu Júlio César como imperador de Roma, incentivou seus súditos a verem os imperadores como “deuses”. Calígula reforçou esse conceito, e, desde Nero até a época de Domiciano, o “Culto ao imperador”foi ganhando cada vez mais influência. Cidadãos e súditos do império que se recusassem a adorá-lo eram torturados, executados ou exilados como traidores. João foi exilado na ilha de Patmos, onde havia uma prisão e possivelmente, uma pedreira. Ele escreveu Apocalipse durante esse exílio, Não há consenso acerca da data. São três idéias principais:
Na Época de César Nero (54-68 d.C)
Os sustentadores desta teoria interpretam 11:1,2 como significando que o Templo de Jerusalém não havia ainda sido destruído, o que só ocorreu no ano 70 d.C. Contra esta teoria, não há nenhuma evidência de que a perseguição sob Nero foi mais que apenas local, Não há nenhuma evidência de que a perseguição foi levada às províncias.
Na época de Vespasiano (69-79 DC)
A interpretação mais natural de 17:9-11, que se refere aos cinco reis já caídos, significaria: Augusto, Tibério, Calígula, Cláudio e Nero. O “um existe” seria Vespasiano, e “e o outro ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco” seria Tito que reinou apenas dois anos. “E a besta que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete”, seria então Domiciano.
[Euzébio de Cesárea História Eclesiástica Livro 7 capítulo 25 verso 1-27]
XXV [Sobre o Apocalipse de João]
1. Logo continuando, pouco mais abaixo, diz o seguinte sobre o Apocalipse de João:
"Assim pois, alguns dos nossos antecessores rechaçaram como espúrio e desacreditaram por completo o livro, examinando capítulo por capítulo e declarando que era ininteligível e ilógico, e seu título enganoso.
2. Dizem mesmo que não é de João e que tampouco é Apocalipse (Revelação), estando como está bem velado com o grosso manto da ignorância, e que o autor deste escrito não só não foi nenhum dos apóstolos, mas que nem sequer nenhum santo ou membro da Igreja em absoluto, mas Cerinto, [Daqui até o final do parágrafo já foi citado em III:XXVIII:4-5] o mesmo que instituiu a heresia cerintiana e que quis dar credibilidade a sua própria invenção com um nome digno de fé.
3. Na verdade, a doutrina que ele ensina é esta: o reino de Cristo será terreno; e como ele era um amante de seu corpo e inteiramente carnal, sonhava que consistiria no mesmo que ele desejava: fartura do ventre e do que está abaixo do ventre, ou seja: de comidas, de bebidas, de uniões carnais e de tudo aquilo com que lhe parecia que se procurariam estas coisas de uma forma mais bem sonante: festas, sacrifícios e imolação de vítimas.
4. Eu, de minha parte, não poderia me atrever a rechaçar o livro, pois são muitos os irmãos que o tomam a sério, mas ainda admitindo que o pensamento que encerra excede minha própria inteligência, suponho que o sentido de cada passagem está em certo modo encoberto e é bastante admirável, porque, mesmo que não o compreenda, ainda assim suspeito ao menos que nas palavras se encerra alguma intenção mais profunda.
5. Não meço isto nem o julgo com minha própria razão, mas, ainda outorgando a superioridade à fé, cheguei à conclusão de que isto está demasiado alto para ser concebido por mim. E eu não reprovo o que não compreendi, antes até o admiro mais, porque nem sequer o vi."
6. Depois disto e depois de examinar todo o livro do Apocalipse e demonstrar que é impossível entendê-lo segundo seu sentido óbvio, continua dizendo: "Depois de concluir toda sua - por assim dizer - profecia, o profeta declara bem-aventurados os que a guardam e também, é verdade, a si mesmo: Bem-aventurado - diz, efetivamente - o que guarda as palavras da profecia deste livro, e eu, João, que estou vendo e escutando estas coisas. [Ap 22:7-8. Ao contrário do que diz Dionísio, a frase "e eu, João..." não pertence à oração anterior, mas começa uma nova].
7. Portanto, não contradirei que ele se chamava João e que este livro é de João. Porque inclusive estou de acordo de que é obra de um homem santo e inspirado por Deus. Mas eu não poderia concordar facilmente em que este fosse o apóstolo, o filho de Zebedeu e irmão de Tiago, de quem é o Evangelho intitulado de João e a Carta católica.
8. De fato, pelo caráter de um e de outro, pelo estilo e pela chamada disposição geral do livro, conjeturo que não é o mesmo, já que o evangelista em nenhuma parte escreve seu nome nem prega a si mesmo: nem no Evangelho nem na Carta."
9. Logo, um pouco mais abaixo, outra vez diz assim:
"Mas João de nenhuma maneira, nem em primeira nem em terceira pessoa. Porém, o que escreveu o Apocalipse, imediatamente se põe adiante, já no começo: Revelação de Jesus Cristo, que foi dada para mostrar prontamente a seus servos, e que foi revelada enviada por meio de seu anjo a seu servo João, o qual deu testemunho da palavra de Deus e de seu testemunho: tudo o que viu. [Ap 1:1-2].
10. Logo escreve também uma carta: João às sete igrejas que estão na Ásia. Graça e paz a vós outros. [Ap 1:4]. Mas o evangelista nem no cabeçalho de sua Carta católica escreveu seu nome, mas começou sem mais pelo próprio mistério da revelação divina: O que era desde o princípio, o que temos ouvido, que vimos com nossos próprios olhos. [1 Jo 1:1]. Por motivo desta revelação, efetivamente, o Senhor chamou bem-aventurado a Pedro quando disse: Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, pois nem a carne nem o sangue to revelaram, mas meu Pai celestial. [Mt 16:17].
11. Mas ocorre que nem na segunda nem na terceira Carta que se consideram de João, ainda que breves, aparece João por seu nome, mas de uma forma anônima achamos escrito: o presbítero. [2 Jo 1:3 Jo 1] Por outro lado, este outro não achou suficiente nomear-se uma vez só e seguir a explicação, mas repete novamente: Eu, João, vosso irmão e co-partícipe na tribulação, no reino e na paciência de Jesus, estive na ilha chamada Patmos por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. [Ap 1:9] E ainda, mesmo perto do final, diz o seguinte: bem-aventurado o que guarda as palavras da profecia deste livro, e eu, João, o que está vendo e ouvindo estas coisas. [Ap 22:7-8]
12. Portanto, que é João que escreve isto, temos que crê-lo pois ele o diz; mas não está claro quem seja este, pois não diz, como em muitas passagens do Evangelho, que ele é o discípulo amado pelo Senhor, o que se reclinou sobre seu peito, o irmão de Tiago, a testemunha ocular e ouvinte direto do Senhor.
13. Porque teria dito algo do que acabamos de indicar se quisesse dar-se a conhecer claramente. E mesmo assim, nada disto, antes se disse irmão e companheiro nosso, testemunha de Jesus e feliz por haver contemplado e ouvido as revelações.
14. Eu creio que houve muitos com o mesmo nome do apóstolo João, os quais, por amor a ele e por admirá-lo e escutá-lo e por querer ser amados como ele pelo Senhor, afeiçoaram-se a esse mesmo nome, da mesma forma que entre os filhos dos fiéis abundam os nomes de Paulo e Pedro.
15. Assim pois, nos Atos dos apóstolos há também outro João, de sobrenome Marcos, [At 12:25] a quem Barnabé e Paulo tomaram consigo e sobre o qual chega a dizer: E tinham também a João como servidor [At 13:5] Pois bem, se foi este o autor, eu não diria, porque não está escrito que chegou com eles à Ásia, mas diz: Navegando desde Pafos, Paulo e seus companheiros chegaram a Perges da Panfília, enquanto que João se separou deles e voltou a Jerusalém [At 13:13]
16. Eu creio que foi outro dos que viveram na Ásia. Diz-se que em Éfeso havia dois sepulcros e que cada um dos dois era atribuído a João [Vide III:XXXIX:6].
17. E pelos pensamentos, pelas palavras e por sua ordenação, compreende-se naturalmente que um é pessoa diferente do outro. Efetivamente o Evangelho e a Carta concordam entre si.
18. E ambos começam igual. Aquele diz: No princípio era o Verbo; [1 Jo 1:1] e aquele diz: e o Verbo se fez carne e plantou sua tenda entre nós e contemplamos sua glória, glória como do unigênito do Pai; [Jo 1:14] e esta as mesmas palavras um pouco mudadas: o que temos ouvido, o que temos visto com nossos olhos, o que temos contemplado e nossas mãos apalparam acerca do Verbo da vida, e a vida se manifestou... [1 Jo 1:1-2]
19. Porque isto é o que põe como prelúdio, apontando, segundo o que demonstrou em seguida, aos que andavam dizendo que o Senhor não tinha vindo na carne, pelo que teve também o cuidado de acrescentar: E o que vimos atestamos, e vos anunciamos a vida eterna, a que estava no Pai e manifestou-se-nos. O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros [1 Jo 1:2-3].
20. Mantém-se fiel a si mesmo e não se aparta daquilo a que se propôs, mas tudo vai explicando com os mesmos princípios e as mesmas expressões, algumas das quais vamos recordar brevemente:
21. Quem se aplique a ler encontrará em um e na outra muitas vezes as expressões: 'a vida', 'a luz', 'afastamento das trevas'; e continuamente: 'a verdade', 'a graça', 'a alegria', 'a carne e o sangue do Senhor', 'o juízo', 'o perdão dos pecados', 'o amor de Deus para conosco, o mandamento de amarmos uns aos outros' e que 'há que se guardar todos os mandamentos'; a refutação do mundo, do diabo e do anticristo, a promessa do Espírito Santo, a adoção como filhos por parte de Deus, a fé, que nos é exigida absolutamente; o Pai e o Filho, por todas as partes. E em uma palavra: é evidente que quem se atém a todas suas características vê que tanto o Evangelho como a Carta apresentam uma mesma e única coloração.
22. Por outro lado, o Apocalipse é muito diferente e alheio a estes escritos. Não está ligado a nenhum deles nem lhes tem afinidade, e quase, por assim dizer, nem uma sílaba tem em comum com eles.
23. Porque assim é que nem a Carta (deixemos já o Evangelho) tem a menor menção ou o menor pensamento sobre o Apocalipse, nem o Apocalipse sobre a Carta, enquanto que Paulo deixa entrever em suas Cartas algo sobre suas revelações, ainda que não as tenha consignado por si mesmas540. [2 Co 12:1-9; Gl 1:12; 2:2; Ef 3:3].
24. Mas inclusive pelo estilo é possível ainda reconhecer a diferença do Evangelho e da Carta com respeito ao Apocalipse.
25. Aqueles, efetivamente, não somente estão escritos sem faltas contra a língua grega, mas inclusive com a máxima eloqüência por sua dicção, seus raciocínios e a construção de suas expressões. Pelo menos estão muito longe de que se encontre neles algum vocábulo bárbaro, um solecismo, ou de modo geral, um vulgarismo, pois seu autor, segundo parece, possuía os dois saberes, por haver o Senhor lhe outorgado ambos graciosamente: o do conhecimento e o da linguagem.
26. Quanto ao outro, não lhe negarei que viu revelações e que recebeu conhecimento e profecia; não creio porém que seu estilo e sua língua sejam exatamente gregas, antes utiliza idiotismos bárbaros e em algumas partes inclusive comete solecismos. Não é preciso agora dar uma seleção,
27. já que tampouco disse isto por zombaria (que ninguém pense isso) mas unicamente para estabelecer a desigualdade destes escritos."
Pelas palavras de “Euzébio de Cesaréia” da para perceber perfeitamente que os Pais não possuíam todo o entendimento sobre o Apocalipse e não o considerava como um livro Canônico. Arethas diz que o Apocalipse começou a ser escrito por João desde sua estadia em Éfeso, e tais profecias se cumpriam durante o sitio de Jerusalém e a Destruição do Templo.
(Arethas de Cesaréia século VIII):
"Porque havia muitos, sim, uma incontável multidão de entre os judeus, que acreditavam em Cristo: como eles mesmo disse a São Paulo em sua chegada a Jerusalém: Tu vês, irmão, quantos milhares de judeus abraçaram a fé. (Atos 21. 20.) E aquele que deu esta revelação para o evangelista, declara que estes homens não devem partilhar a destruição infligida pelos romanos. Porque a ruína trazida pelos romanos ainda não tinha caído sobre os judeus, quando este Evangelista recebeu estas profecias: e ele não recebeu em Jerusalém, mas em Iconia perto de Éfeso porque depois do sofrimento do Senhor, ele permaneceu apenas 14 anos em Jerusalém, durante os quais recebeu a mãe do Senhor, que concebeu esta descendência divina, foi preservada nesta vida temporal, após o sofrimento e ressurreição de seu Filho incorruptível. Porque ele continuou com ela sendo como sua mãe comprometida pelo Senhor. Porque depois da sua morte é relatado que ele não escolheu para permanecer na Judéia, mas passou a Éfeso, onde, como já dissemos, este Apocalipse presente também foi composto, que é uma revelação das coisas futuras, na medida em que 40 anos depois da ascensão do Senhor esta tribulação veio sobre os judeus. "
Clemente de Alexandria, diz que o ministério Apostólico termina com Paulo no reinado de César Nero:
(Clemente de Alexandria 150-215):
"Para o ensino de nosso Senhor na Sua vinda, começando com Augusto e Tibério, foi concluída em meados da época de Tibério. E a dos apóstolos, abraçando o ministério de Paulo, terminou com Nero." (Miscellanies 7:17.)
Epifanias diz que o Apocalipse foi escrito no tempo de César Nero:
(Epifanias 315-403):
O Apocalipse foi escrito em Cezar Nero. (Epifanias, Heresias 51:12)
Hermas no Cânon de Muratori, diz que Paulo também escreveu a sete Igrejas apenas segundo as regras de seu antecessor João, ou seja, Paulo usou a regra no qual João usou em apocalipse; “Paulo foi martirizado antes da destruição do Templo no Reinado de César Nero”.
(Cânon de Muratori – 170)
"O bem-aventurado apóstolo Paulo, seguindo a regra de seu antecessor, João, escreve a não mais de sete igrejas pelo nome."
Tertuliano que foi contemporâneo de Irineu, diz que João foi banido para ilha de Patmos já no reinado de César Nero, no mesmo momento que Pedro e Paulo foram martirizados, ou seja, antes da destruição do templo:
(Tertuliano 160-220):
"Quão feliz é a sua igreja, em que os apóstolos derramaram toda a sua doutrina, juntamente com o seu sangue! onde Pedro durante a sua paixão como a do seu Senhor; onde Paulo ganha sua coroa em uma morte, como a de João Batista! onde o apóstolo João pela primeira vez caiu, ileso, em óleo fervente, e daí banido para sua ilha-exílio. "
Tertuliano, a prescrição contra os hereges, trans. por Peter Holmes (Vol. III, Os Padres Ante-Nicene, ed Alexander Roberts e James Donaldson, Grand Rapids.: Wm. B. Eerdmans Publishing Company, 1951; p. 260), I, 36.]
Por esses textos, de vários séculos, podemos compreender exatamente que jamais o livro do Apocalipse fora escrito do dia para noite, a Destruição do templo se refere exatamente aos fatos ocorrido por volta de 70 d.C quando o Império Romanos sitia Jerusalém e derruba o seu Templo, acompanhado por sinais nos céus, guerras, terremotos, fome, peste e uma tremenda perseguição Cristã. Creio que não há mais dúvida de que o Apocalipse fora escrito já no Reinado de Nero, João recebeu a Revelação da vitória de Deus diante do terror e do mal em um período de grande perseguição para a Igreja. No Livro de Apocalipse, o iminente julgamento de Deus do perverso Império Romano, A mensagem de João é que Deus já triunfou sobre o mal e que irá destruir todo o mal.
Linhas de interpretação do Apocalipse
Amilenismo
O amilenismo, ou amilenianismo, na escatologia cristã, crê que o milênio de Apocalipse capítulo 20, deve ser interpretado simbolicamente. Ao contrário do que a palavra deixa a entender, sendo ausência de milênio, o amilenismo crê num milênio, porém não da forma literal como os pré-tribulacionistas ou os pós-tribulacionistas. O amilenismo clássico crê num milênio que iniciou-se com a primeira Vinda de Cristo, representando o período do Evangelho, que segue entre a Ressurreição de Cristo e a Segunda Vinda de Cristo. Entende, assim, a primeira ressurreição de modo espiritual: se a segunda morte é a separação de Deus no lago de fogo, a primeira ressurreição é a união com Cristo até a resurreição dos justos, para o juízo final. Logo, espiritualmente, os mortos em Cristo já estariam participando do milênio no Paraíso, encontrado no Terceiro Céu, onde Deus habita. Durante esse período, Satanás estaria preso de modo não total, ficando inerte, mas teria seu poder limitado com a morte e ressurreição de Cristo, de modo que não pode impedir o crescimento do Evangelho. De modo geral, o Milênio, na visão amilenista, seria o período da Dispensação da Graça, onde os justos falecidos habitariam com Deus e Satanás teria seu poder limitado, culminando com a Volta de Cristo e com o Juízo Final e único, iniciando a Eternidade.
Dispensacionalismo
O dispensacionalismo é uma doutrina escatológica que afirma que a segunda vinda de Jesus Cristo será um acontecimento no mundo físico, envolvendo o arrebatamento e um período de sete anos de tribulação, após o qual ocorrerá a batalha do Armagedon e o estabelecimento do reino de Deus na Terra.
Escatologia
A Escatologia é uma parte da teologia que trata dos últimos eventos da história do mundo e do destino final do ser humano, comumente chamado fim do mundo.
Pré-milenismo
Pré-milenismo, ou Pré-milenarismo, é a crença segundo a qual o que está descrito na Bíblia a respeito do milênio e de acontecimentos futuros são fatos históricos e proféticos, especialmente o livro de Apocalipse. Tornou-se a base da teologia dispensacionalista.
Pós-milenismo
O pós-milenismo é a escola escatológica que defende que Cristo virá pela segunda vez, ao término do Milênio. Muitos pós-milenistas crêem que a era Milenar iniciou-se quando Cristo foi assunto ao céu, e outros crêem que ela surgirá quando o Evangelho houver sido pregado em toda terra, promovendo uma Era Áurea de Justiça e Paz para a humanidade. O pós-milenismo espera que a grande maioria da população mundial se converterá à Cristo antes de Seu retorno glorioso. Compete à igreja cristã divulgar Seus ensinamentos, discipulando as nações, ensinando seus povos a aplicar os princípios do Reino de Deus em cada área da vida humana. O pós-milenismo defende uma interpretação preterista das profecias apocalípticas, e crê que o sermão profético de Jesus, narrado em Mateus 24, cumpriu-se ainda naquela geração, com a queda de Jerusalém pelas mãos dos romanos. (Mateus 24:34).
Preterismo
O preterismo é a metodologia mais popular para o exame do Apocalipse entre os eruditos críticos. Essa escola é também conhecida como a contemporânea-histórica. Essa escola inclui exegetas tão brilhantes quanto Beckwith, Swete, Ramsay, Simcox, Moses Stuart, e F. F. Bruce. Esses escritores entendem que as profecias do livro do Apocalipse cumpriram-se na destruição de Jerusalém (durante a revolta Judaico-romana 66- 73 d.C). A força do Preterismo é que se baseia em considerável montante de verdade. O livro de Apocalipse de João deve ter feito sentido para os seus primeiros leitores, seus contemporâneos: Que pastor escreveria uma carta para o seu rebanho que não tivesse imediato significado para essas ovelhas? Porém, há outras correntes de interpretação das profecias, dentre elas o Historicismo e o Futurismo.