“E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo.E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo. Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará. (Mateus 3:7-12)
A expressão:
“batizará com o Espírito Santo, e com fogo” refere-se a dois batismos distintos para duas classes de pessoas distintas:
O batismo com o Espírito Santo: é para o “trigo” , ou seja, para aqueles que produziram, pela graça de Deus, “frutos dignos de arrependimento”.“O trigo é recolhido no Seu celeiro (Céu), em virtude de ser algo muito valioso, muito precioso.
“O batismo com fogo: é para a “palha", ou seja, para aquelas “árvores” que não produziram frutos, as quais serão cortadas e lançadas no fogo”. Assim, a “palha” será separada do “trigo”, ou seja, os “ímpios” dos “bons”, e será “queimada no fogo que nunca se apaga”.“(Lc 3:17).
Tem a mesma base teológica da parábola do “Joio e do trigo” :
”Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o (queimar)”;”mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro”.”(Mt 13:30).
João Batista não estava se dirigindo aos discípulos dele ou de Cristo, ele falava com os “fariseus e saduceus” que estavam querendo se batizar, “sem demonstrar arrependimento”. A esses ele diz: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira “futura”? Produzi, pois, ”frutos” dignos de arrependimento”.
Curiosamente alguns cristãos pensam que aqui esteja falando das "línguas COMO que de fogo" que desceram no dia de Pentecostes "o quinquagésimo [dia]" quando a igreja foi formada. Aí começam a pedir que caia fogo do céu sobre eles, um pedido que felizmente Deus não atende pois não quer vê-los no inferno, ou consumidos. (Lc 9:54, 56; 2 Reis 1:9-16).