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Teologia
Teologia

Teologia (do grego θεóς, transl. theos = "divindade" + λóγος, trans. logos = "palavra", por extensão, "estudo, análise, consideração, questionamento sobre alguma coisa ou algo" ), no sentido literal, é o estudo sobre a divindade. A origem histórica do termo em questão nos remete à Hélade, também chamada de Grécia Antiga. Era utilizada inicialmente para descrever o trabalho de muitos poetas, que tentavam dar uma noção de como eram os Deuses. Os teólogos eram os que faziam poesias sobre os deuses e sobre seus feitos, suas virtudes, suas emoções, sua vida particular e também seus vícios e erros. Entretanto, não era uma análise sobre os deuses e, sim, uma narração dos feitos deles que se pareciam com os feitos humanos e as virtudes dos mesmos. Somente na Idade Medieval é que o termo deixou de lado o conceito poético e passou a ser considerado como assunto de inquirição existencial e filosófica.

Muitas vezes, as variadas disciplinas teológicas e suas respectivas sub-disciplinas associam-se e englobam-se umas às outras, inter-relacionando-se, podendo frequentemente um tema ou até um locus (área específica de estudo e reflexão) ser tratado em conjunto, sob aspectos diferentes, por várias disciplinas (e sub-disciplinas). Por esta razão, existe entre elas uma grande permeabilidade, intercâmbio e inter-disciplinidade.


De um modo resumido e geral, o relacionamento entre as disciplinas teológicas dá-se da seguinte maneira:


A teologia exegética, usando a técnica da exegese, analisa profundamente a Bíblia, cujos princípios de interpretação são estudados pela hermenêutica bíblica. A teologia bíblica usa e organiza os resultados da teologia exegética e estuda também a evolução e o desenrolar da Revelação progressiva de Deus à humanidade, passando obviamente pelo Antigo Testamento e Novo Testamento. Com o encontro e o conhecimento das verdades reveladas na Bíblia e, no caso católico, em outras fontes válidas da Tradição, toda essa verdade bíblica é estudada, reflectida, debatida, explicada e posteriormente reunida num grande sistema explicativo unificado. Esse trabalho é reservado à teologia sistemática. As verdades, os princípios e os dogmas explicados e estudados pela teologia sistemática iriam ser depois defendidos pela Apologética perante a sociedade, as heresias, os ateus e as outras religiões.


Depois do estudo puramente teórico, a teologia prática pretende aplicar as conclusões teológicas ao quotidiano e também estudar o modo como a Igreja comunica a sua fé e as suas verdades, bem como as variadas acções de santificação ou de outra natureza da Igreja no mundo. Neste contexto, a teologia moral tem simultaneamente aspectos sistemáticos e práticos. Finalmente, a evolução da teologia ao longo dos tempos e a História do Cristianismo são estudadas pela teologia histórica, que dá especial destaque à recepção e compreensão das verdades reveladas e à evolução na formulação da doutrina ao longo da História. Esta teologia estuda também, como por exemplo, a Patrística, a Escolástica e outras correntes e movimentos teológicos.

 

Teologia cristã:

Teologia cristã pode ser definida como as verdades fundamentais da Bíblia e de outras fontes reconhecidas como divinamente inspiradas apresentadas de forma sistemática; ou ainda, a filosofia que trata do nosso conhecimento de Deus e do relacionamento do Deus Altíssimo com o homem, compreendendo assim tudo quanto se relaciona a Deus, a Bíblia e os propósitos divinos. Encontra-se expressa, basicamente, em quatro grandes seções: teologia sistemática, teologia bíblica/teologia exegética, teologia prática e teologia histórica. Os teólogos cristãos usam da exegese bíblica, a análise racional e argumentos para entender, explicar, testar, criticar e defender o Cristianismo. A teologia também pode ser utilizada para atestar a veracidade do cristianismo, fazer comparações entre ela e outras tradições ou religiões, defender de críticos, corroborar qualquer reforma cristã, propagar o cristianismo, ou uma variedade de outras razões. A teologia cristã foi de grande influência na Europa ocidental, especialmente na Europa pré-moderna.Perspectiva católica A Igreja Católica defende o uso da teologia enquanto ciência ou estudo racional, mas assente sempre na obediência à fé, que estuda sistematicamente e com método a Revelação divina na sua totalidade, que está compilada na chamada Tradição. A Tradição tem uma parte oral e uma parte escrita que está centrada na Bíblia. As conclusões da Teologia faz evoluir a compreensão e definição da doutrina católica Perspectiva Protestante

O segmento protestante, ou evangélico, não crê em purgatório, nem classifica os pecados como venial, mortal ou capital. Seguindo os preceitos bíblicos, não existe pecado pequeno ou grande, pois «todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus» (Romanos 3:23). O pecado nada mais seria do que a transgressão aos mandamentos de Deus (I João 3:4). Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei. Pecado é um ato, pois «cada um é tentado, quando atraído e engodado pelo seu próprio desejo. Depois, havendo concebido o desejo, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.» (Tiago 1:14-15). Para que tenhamos salvação e desfrutemos da vida eterna, seria preciso então somente crer («Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus» (Efésios 2:8) que Jesus é o único e suficiente salvador e confessar os pecados para que sejam perdoados ( «Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça» (I João 1:9) Outra necessidade seria o arrependimento, e não somente remorso, que levaria os fiéis a cometerem novamente os mesmos erros por não terem mais lembrança da "culpa" que os abateu. Os métodos usados, os tópicos estudados e as suas disciplinas são semelhantes às outras teologias das principais confissões cristãs, algo que tem muito a ver com a sua base comum. Mas a sua interpretação das verdades reveladas e posterior definição das doutrinas apresentam diferenças em relação às suas congéneres cristãs, nomeadamente na questão da veneração dos santos e da Virgem Maria, da justificação, da infalibilidade e primazia do Papa, da noção de verdadeira Igreja de Cristo, da composição dos cânones da Bíblia e da validade da Tradição oral.